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Ensina Carol – Cursos de Análises Clínicas por Carol Oliveira

Quem descobriu a Hematologia?

Quem descobriu a hematologia?

E é um pouco difícil a gente ter certeza de quem descobriu a hematologia, porque a hematologia é uma ciência.

Ela é a ciência que estuda o sangue, seus componentes, as suas doenças, e é uma ciência que foi sendo evoluída.

Existem várias referências históricas em relação ao sangue, como por exemplo, as pinturas rupestres que foram encontradas nas cavernas na Espanha. Lá elas datam do período paleolítico, onde se tem um bisão sangrando até a morte. Então, já naquela época, as pessoas que viviam na região dessa caverna, já conseguiam relacionar o sangue com a vida, e a perda desse sangue com a perda da vida. Então sempre existiu uma relação com vitalidade.

Na história

Existem também referências ao antigo Egito, sobre as pragas do Egito, que a gente encontra lá no Antigo Testamento, onde foi transformado rio em sangue.

Na Roma antiga, existem histórias falando que os gladiadores bebiam o sangue dos seus derrotados, para ter mais vitalidade, para ter mais saúde. Então tem essa relação também do sangue com a vitalidade. Eles acreditavam que fortalecia ainda mais os seus corpos, quando os gladiadores bebiam o sangue dos seus derrotados.

E aí vem Hipócrates, que é considerado o pai da medicina, com a sua teoria dos 4 humores. Quais são os 4 humores da teoria de Hipócrates: o sangue, a bile amarela, a bile negra e a fleuma.

Cada uma relacionada com um humor, e também relacionado com os elementos da terra, frio, água, ar, fogo, e também relacionado às estações do ano, verão, inverno.

Cada elemento relacionado com um líquido no nosso organismo. O humor significa líquido. E o sangue também é trazido como um comportamento, o comportamento sanguíneo, sempre relacionado com a vida e com a vitalidade.

Existem inúmeras referências ao sangue na bíblia, como por exemplo o sangue do cordeiro, que é considerado o sangue de jesus, que faz a remissão de todos os pecados. Existiam os sacrifícios que eram feitos nos altares, para você conseguir bênçãos, para você chegar mais perto de Deus. Tudo isso são referências bíblicas encontradas no antigo testamento e no novo testamento, em relação ao sangue.

Preguiça de ler? Assista:

Na ciência

Mas tudo na ciência começou a mudar de fato com a invenção do microscópio, por Zacharias Janssen em 1590, e mais tarde, por Anton von Leewenhoek em 1674, eles fizeram a invenção do microscópio.

Eles eram holandeses, cada um na sua época, e eles começaram a fazer uma relação entre as lentes e perceber que quanto mais lentes eles colocavam em um certo equipamento, mais foco eles tinham, e as coisas menores ficavam mais fáceis de enxergar. E aí lá em 1674 o Leewenhoek começou a fazer as observações: ver protozoários na água, começou a observar fezes, tecidos, plantas, e conseguiu identificar a microscopia, e então foi observado o sangue.

Outra coisa que também revolucionou a história da hematologia foram as transfusões sanguíneas.

A primeira transfusão que sem tem notícia na história foi em 1667, com um médico chamado Denis, na França, quando ele resolveu fazer uma transfusão de sangue entre um animal e um homem. Ele pegou um sangue de um carneiro, e colocou num paciente. Só que isso foi muito experimental, e aí não deu certo, a pessoa faleceu. E a partir daí foi proibida essa transfusão entre animais e homens.

E aí foi só em 1818, que um médico inglês chamado James Blundell, fez a primeira transfusão de sangue específica da história, humano-humano.

Quem era James Blundell?

Ele era um médico ginecologista, e ele estava fazendo o parto de uma paciente, e essa paciente estava sangrando sem parar, e ela ia entrar em óbito. Aí ele resolveu fazer uma transfusão de sangue, meio experimental mesmo, só que já existia conhecimento naquela época, que existia esse procedimento. Não era bem legalizado ainda, e ele resolveu fazer essa transfusão de sangue e salvou a vida daquela mulher. Então é a primeira confirmação de que o sangue é capaz de salvar vidas a través da transfusão de sangue.

A era das descobertas e da revolução na hematologia

Em 1836 Alfred Donné descreveu os leucócitos pela primeira vez. Foi ele que descreveu as células brancas e as suas funções.

Em 1862 Felix Hoppe-Seyler fez a descoberta da hemoglobina, da molécula da hemoglobina, e fez a correlação dela com o ferro, com o grupo Heme.

Entre 1891 e 1906 foram propostos vários métodos de coloração que modificaram a vida, e que a gente usa até hoje. Por exemplo, Dimitri Romanoswki fez a descoberta das colorações sanguíneas, junto com Richard May, que foi o criador do corante may grunwald, que sim, nós usamos até hoje dentro do laboratório, e Gustave Giemsa, que fez a descoberta do corante de giemsa.

Usamos em laboratório até os dias de hoje a coloração hematológica de may grunwald giemsa, é a coloração padrão ouro, para fazer a coloração de laminas hematológicas.

Uma das principais descobertas foi a tipagem sanguínea, a descoberta dos grupos sanguíneos por Karl Landsteiner, lá em 1901, ele era um cientista e médico austríaco, foi naturalizado americano, e ele através dos seus estudos fez a descoberta dos grupos sanguíneos. Primeiro o grupo sanguíneo A, B e O, por último o grupo sanguíneo AB, junto com os seus colegas, já na década de 40.

Em 1910 Herrick fez a descoberta da anemia falciforme, também foi uma revolução na ciência da hematologia, porque a gente conseguiu entender o que acontecia com alguns pacientes, com várias deformações na sua hemoglobina.

E tudo mudou quando em 1956 os irmãos Coulter (Wallace Coulter e Joseph Coulter) eles criaram o primeiro contador automatizado de sangue. Isso revolucionou a ciência, porque agora existia um equipamento que fazia a contagem do hemograma, das hemácias. Tanto que o princípio de contagem dessas hemácias é chamado de princípio de Coulter, e até hoje a gente utiliza nos analisadores automáticos de hematologia.

Em 1960 foi criado o primeiro citômetro de fluxo, também para fazer essa diferenciação dos leucócitos, das células brancas, também foi uma grade revolução.

A gente pode citar várias descobertas dessa ciência, como por exemplo o transplante de medula óssea no tratamento de doenças hematológicas, como a leucemia.

A citogenética também, que é a determinação dos cromossomos, dos genes, das células específicas, levando a um tratamento específico das doenças. Por exemplo, várias leucemias tem o seu tratamento determinado de acordo com a citogenética daquela célula que está causando a doença.

Transfusões exosanguineas também, principalmente nos bebês com eritroblastose fetal, a doença hemolítica do recém-nascido, se consegue fazer uma transfusão exosanguinea, tudo isso foram descobertas da ciência da hematologia.

Então, quem descobriu a hematologia?

Várias pessoas! Porque a ciência da hematologia é uma evolução. Toda a ciência foi a descoberta da hematologia.

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